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Avaliar os Demonstrativos Financeiros é uma arte

Avaliar os Demonstrativos Financeiros é uma arte

Após algum tempo de atuação no mercado de consultoria, constatamos que uma das grandes dificuldades de muitos executivos é compreender e interpretar os dados econômicos e financeiros da empresa! Uma analogia a isso é o caso da alfabetização das crianças. Elas nos anos iniciais conseguem ler, mas ainda não conseguem compreender e estruturar, na mente, como interpretar o que está escrito.

 

Um artigo publicado na Harvard Business Review por Karen Berman e Joe Knight mostrou a dificuldade que os gerentes e diretores têm com as finanças básicas, nos Estados Unidos.

 

“Submetida a um teste básico de proficiência financeira, uma amostra representativa de administradores nos EUA acertou a média de apenas 38% das questões. É um péssimo sinal — para o indivíduo e para a organização.”

 

TUDO O QUE ACONTECE NA EMPRESA, TODAS AS TOMADAS DE DECISÃO, REFLETEM DIRETAMENTE NOS RESULTADOS DOS DEMONSTRATIVOS ECONÔMICOS FINANCEIROS.

 

Importante esclarecer que avaliar os demonstrativos financeiros é uma arte.

  • Não há nenhum critério ou metodologia formal de análise válidos nas diferentes situações e aceitos de maneira unânime pelos analistas.
  • Dessa maneira, é impossível sugerir uma sequência metodológica ou um instrumental cientifico capazes de fornecer diagnósticos sempre precisos das empresas.
  • A maneira com que os indicadores de análise são utilizados é particular de quem faz a análise, sobressaindo além do conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do analista.
  • Dois analistas podem chegar a conclusões bem diferentes sobre uma empresa, mesmo eles tendo trabalhado com as mesmas informações e utilizado iguais técnicas de análise.
  • Conforme o maior nível de experiência, as conclusões dos analistas podem estar mais próximas, no entanto dificilmente apresentarão conclusões exatamente iguais.
  • Toda a Análise de Balanços se resume em dois grandes objetivos: conhecer a liquidez e a rentabilidade das empresas.

Os dois demonstrativos principais de qualquer empresa são o Balanço Patrimonial e o Demonstrativos de Resultados do Exercício.

 

BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é uma fotografia dos direitos e deveres da empresa, ao fim de determinado período. É uma visão estática, apresentando os saldos de suas contas nessa data.

Ativo: reflete ou representa as decisões ou as estratégias de investimentos tomada no passado pelos gestores, que ainda influenciam a performance e demandam capital. (bens e direitos)

Passivo: reflete ou representa as decisões de financiamento e os volumes captados de credores e sócios. (Obrigações/Dívidas)

 

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido  à  Patrimônio Líquido = Ativos – Passivos

O Ativo e o Passivo são contabilizados conforme sua liquidez.

Circulantes – até um ano para entrada ou saída ou ciclo operacional (construção civil) – com maior liquidez

Não circulantes – mais de um ano para acontecer ou no caso dos ativos imobilizados – com menor liquidez.

 

DEMONSTRATIVOS DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO (DRE)

O DRE visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados econômicos (Lucro ou Prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social. O lucro (prejuízo) é resultante das receitas, custos e despesas incorridas pela empresa no período e apropriados conforme o regime de competência.

 

O DRE é contabilizado pelo regime de competência.

REGIME COMPETÊNCIA: as receitas e despesas são contabilizadas e reconhecidas quando ocorre o fator gerador, independente do fluxo de entrada ou de saída de caixa.

As atividades da empresa – no sentido de sua atuação – são o que geram receitas e despesas, sendo a diferença entre ambas o lucro ou prejuízo auferido pela empresa.

As margens que podem ser comparados setorialmente mostram a eficiência operacional da empresa relativas ao setor de atuação. É esperado um resultado de Lucro Líquido positivo no final do exercício.

 

As margens medem a eficiência operacional da empresa, custos (relacionados a produção) e despesas operacionais (apoio a produção).

Nos próximos artigos vamos aprofundar melhor o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultado do Exercício, bem como compreender um Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC).

 

MARCELO LUZ ALVES | Consultor

 

Referências:

Eliseu Martins – Análise Avançada das Demonstrações Contábeis – Uma Abordagem Crítica

Artigo da Harvard Business Review: http://hbrbr.com.br/antevisao-outubro2009/

Foto de capa (Demonstrativo Financeiro) – Allstrategy.com.br

MERITHU Consultoria

Somos uma empresa de Consultoria que acredita que o desenvolvimento humano é o principal fator de geração de Resultados para uma organização.

Comments
  • Muito bom o artigo. No entanto, nem todas as Margens medem apenas a eficiência operacional. A Margem Líquida mede a eficiência global da empresa, que é a combinação da eficiência operacional com a eficiência financeira, uma vez que para chegar ao lucro (prejuízo) líquido é necessário contabilizar fatores financeiros e não operacionais tais como amortização, depreciação, despesas e receitas não operacionais, incluindo as financeiras, além dos impostos incidentes sobre o resultado. Concorda?

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