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A atenção que a Governança Corporativa deve ter neste momento de tensão nas empresas

A atenção que a Governança Corporativa deve ter neste momento de tensão nas empresas

Nos tempo atuais, diante de um cenário, por muitas vezes, confuso, vemos que mais do que nunca tem sido exigido da Governança da empresa, principalmente seu Conselho, tomadas de decisão com grande relevância, de forma rápida a sinalizar dificuldades ou problemas aos executivos no exercício de buscar uma mínima previsibilidade futura.

 

Foi possível ver que durante o momento de pandemia que em muitos casos, os Conselhos de Administração atuaram como efetivos Comitês de Crises, em reunião, por vezes diárias, o que foi sendo abrandado aos poucos e começou-se a pensar de forma mais reflexiva sobre a retomada das atividades e negócios e retomar discussões sobre trajetórias de crescimento, lembrando que as empresas que já vinham em avançadas práticas de Governança Corporativa, tiveram em seu Conselho de Administração um grande aliado no monitoramento, controle e direcionamento estratégico, nesse momento atípico.

 

Um recente artigo, oriundo de pesquisa realizada com mais de 300 conselheiros de administração atuando nos mais variados setores, publicado na National Association of Corporate Directors (NACD) nos Estados Unidos, abordou preocupações dos Conselhos de Administração para os próximos meses e independentemente do setor de atuação ou do tamanho da empresa, estes pontos refletem também muito a atenção que temos vivenciado em clientes, onde atuamos seja como consultor ou como conselheiro.

 

Com a chegada repentina e acelerada da COVID-19, uma crise de incerteza foi instaurada em nível mundial, onde um dos principais desafios colocados pelos líderes de organizações  foi a criação de estratégias de atuação que fossem realistas levando em conta o atual contexto com informações imprecisas, e sendo assim, nenhuma projeção podia ter sido capaz de prever tremenda mudança no cenário mundial, onde as estratégias mais assertivas foram sendo descontruídas à medida que o organismo invisível foi tomando conta do mundo.

 

Uma coisa é certa: De todas as “certezas” que, no passado não tão distante, afirmávamos ter, a única que permanece firme, neste momento é a incerteza.

 

Diante deste cenário, como as lideranças podem conduzir suas organizações para o futuro, sem conseguir enxergar exatamente o que existe no horizonte? Como decisões podem ser tomadas diante de tanta incerteza? As lideranças das empresas devem se concentrar em mostrar resultados rápidos ou investir no futuro de longo prazo da empresa, mesmo à custa de retornos de curto prazo?

 

Com certeza, estas são questões que pairam nas áreas de governança corporativa e estratégia de diversas empresas e que claramente são objetos de muita discussão neste momento atual.

 

Segundo pesquisa realizada com mais de 600 CEO’s pela consultoria McKinsey (acesse a pesquisa completa), aqueles que possuem foco e direcionam sua ações para o longo prazo alcançaram até 81% mais crescimento de lucro econômico do que os que mantiveram seu foco em resultados imediatos.

 

 

Ter uma visão clara de propósito focando no longo prazo, visão essa que é compartilhada pela equipe e que tenha a aderência aos valores centrais do negócio, torna-se essencial para que as atividades e decisões a serem tomadas na operação deem o direcionamento para empresa rumo a um objetivo comum.

 

Entender como é o mercado onde atua e quais as tendências de mudança mais iminentes no longo prazo, contribuem para enxergar as principais oportunidades e ameaças, visando traçar projetos estratégicos que sejam aderentes ao alcance do propósito, com isso, diante das mudanças essenciais de seu mercado, quais decisões é possível de se tomar neste momento, que venham a permitir que a companhia esteja no rumo certo para o sucesso no longo prazo?

 

Em síntese, a pandemia implicou em mudanças no ambiente externo das organizações, o que gerou  também a necessidade imediata de adaptação a esse novo contexto, trazendo incertezas a muitos questionamentos como: “quais problemas nosso negócio busca resolver?”, “por quanto tempo nosso negócio pode resolver esse problema”, “dado o contexto, o que pode ter alterado no comportamento do nosso consumidor em relação a esse problema?”  ou “como podemos resolver os problemas de forma 10 vezes mais rápida e agregando 10 vezes mais valor ao consumidor?”.

 

Neste mesmo tempo, não podemos nos esquecer que ainda existe uma necessidade de assimilar a prática da liderança à distancia. Levando-se em conta que a pandemia trouxe celeridade a implantação de home office, onde foi inevitável não aderir a este tipo de formato seja em qualquer nível da empresa, entende-se que é um caminho sem volta, pois, apesar de provocar um distanciamento social repentino, trouxe benefícios, com reuniões mais curtas, exigindo maior clareza e objetividade de cada participante, foco no que é importante para o momento, requerendo uma postura no que realmente é essencial, trazendo consigo informações com exatidão, além de uma dinâmica coletiva de compartilhamento de experiências mais direta.

 

A atenção que os responsáveis pela Governança Corporativa de uma companhia devem ter, está na visão de oportunismo que pode ser inserido nos negócios, onde consiste em avistar como pode ser possível aproveitar as oportunidades do momento para se reinventar.  O foco na perpetuação do negócio impulsiona o olhar para o futuro e ajuda a clarificar quais caminhos a companhia deverá seguir para diferenciar-se dos demais e traçar estratégias para conquistar o mercado.

A inovação é um meio que deve ser explorado neste momento, para pensar em novas formas de resolver os problemas dos clientes e melhorar sua experiência, contudo, olhar oportunidades com um leve olhar de cautela, porém não perder o foco do longo prazo, pensar grande, como ser diferenciado, como ganhar mercado, fazer grandes apostas, como buscar ser disruptivo nesse momento nebuloso. Isto pode ser iniciado com a elaboração de pequenos experimentos estratégicos que te ajudem a enxergar onde estão as maiores oportunidades.

 

Nas palavras de Albert Einstein: “A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias”.

 

 

Autores:

 

 

Roberto Sermenho

Atualmente é Sócio Diretor em São Paulo da MERITHU Consultoria, possui experiência de 20 anos em consultoria de gestão, em projetos no Brasil e exterior nos mais variados segmentos. Possui formação em Engenharia Mecânica com MBA em Administração, ambos pela Universidade Mackenzie, além de formação de Conselheiro de Administração pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

 

 

Roberto Martini

Atualmente é consultor no Rio Grande do Sul da MERITHU Consultoria, possui 6 anos de experiência em atuações nacionais e internacionais nos mais variados segmentos. Possui formação em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul com mobilidade acadêmica em Engenharia Mecânica pela Universidade do Algarve (Portugal).

 

 

FONTES:

Artigo MESA – Os novos normais (Herbert Steinberg)

 

Artigo MESA – Principais preocupações dos Conselhos de Administração para a saída da crise (Luiz Marcatti)

 

https://www.mckinsey.com/business-functions/strategy-and-corporate-finance/our-insights/how-new-ceos-can-manage-for-the-future

 

https://www.mckinsey.com/business-functions/organization/our-insights/decision-making-in-uncertain-times

 

 

 

 

MERITHU Consultoria

Somos uma empresa de Consultoria que acredita que o desenvolvimento humano é o principal fator de geração de Resultados para uma organização.

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