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Mundo VUCA: sua empresa está preparada?

Mundo VUCA: sua empresa está preparada?

Um acrônimo da língua inglesa ganhou espaço absoluto no mundo dos negócios e realmente é cada vez mais adequado para descrever o momento que vivemos. Cunhado pelo U.S. Army War College, o termo VUCA foi utilizado para delinear o ambiente resultante da Guerra Fria, marcado por volatilidade, incerteza (do inglês uncertainty), complexidade e ambiguidade. Abaixo, um breve detalhamento sobre cada ponto:

 

 

Volatilidade: Um mundo que pode ser traduzido por mudanças frequentes, das quais origens, magnitudes, velocidades e volumes são desconhecidos. O ser humano é naturalmente resistente a mudanças, que costumam gerar ansiedade e desconforto, afetando negativamente os resultados. Ciclos que costumavam levar até uma década, hoje se completam em poucos anos ou, até mesmo, meses. A transformação é constante e manter-se na zona de conforto é uma escolha cada vez mais perigosa.

 

Incerteza: Previsões são e serão cada vez mais difíceis de serem realizadas. Tendências diversas se multiplicam, decisões políticas e econômicas impactam o contexto e a Inteligência Artificial não necessariamente resolverá essas lacunas, uma vez que ela traz respostas probabilísticas, e não verdades absolutas.

 

Complexidade: O mundo é cada vez mais sistêmico e interligado. Movimentos estratégicos devem ser muito bem pensados, pois o impacto mal dimensionado pode causar grandes estragos. Dentro do nível organizacional é possível perceber o emaranhado de conexões entre as áreas, e como o resultado de uma impacta diretamente na outra. Além disso, a globalização removeu fronteiras, alastrando os efeitos das decisões para cadeias envolvendo players do mundo todo.

 

Ambiguidade: Aspectos pouco claros e com variados sentidos dificultam a compreensão da situação exata a ser interpretada e enfrentada. A confusão gerada pelo momento nebuloso prejudica a tomada de decisão.

 

 

O mundo VUCA não é, necessariamente, algo ruim. Seus efeitos negativos decorrem em função, sobretudo, da postura adotada frente a essa situação. É inviável manter-se competitivo seguindo medidas ultrapassadas. Pensar novas estratégias, mas dentro da mesma caixa de sempre, é perda de tempo: até implementar a novidade, ela já será obsoleta. Por isso, trabalhar o mindset de líderes e colaboradores é essencial para garantir a sobrevivência da empresa em uma atmosfera tão hostil – especialmente aos despreparados. Um ambiente VUCA é bastante predatório se seus efeitos não forem mitigados ou minimizados, e por isso questões como más gestão e liderança devem ser muito bem tratadas, pois, combinadas a esse cenário, tornam-se potencialmente destrutivas.

Algumas respostas podem ser dadas a esses quatro fatores na busca por maior estabilidade para os negócios. Em ritmo de melhoria contínua, as empresas precisam fortalecer a comunicação e garantir o foco em esforços alinhados na direção do objetivo para amenizar os efeitos da volatilidade. Já as incertezas são tratadas a partir do entendimento das necessidades, medos e desejos dos clientes e colaboradores por parte dos líderes, que, com mente aberta, poderão explorar novas ideias. A complexidade, por sua vez, deve ser combatida com toda e qualquer simplificação, sempre que possível. E por fim, a ambiguidade é contornada com o empoderamento dos colaboradores, que devem adaptar, inovar e aprender com erros, a partir de tomadas de decisão com confiança, clareza e menos burocracia. Em suma, a adoção de uma postura de antecipação de cenários e rápida resposta às mudanças caracteriza um comportamento proativo e mais seguro em relação ao reativo, que tende a acontecer tarde demais.

Grandes empresas mundiais sucumbiram frente ao mundo VUCA, pois confiaram na força da marca e não buscaram se reinventar. Não há mais espaço para posturas como essa, já que VUCA é o novo normal. Dessa forma, estar preparado não apenas é uma questão de sobrevivência, mas também uma oportunidade para o desenvolvimento.

 

 

REFERÊNCIAS

Jari Roy Lee Kaivo-oja, Iris Theresa Lauraeus, (2018) “The VUCA approach as a solution concept to corporate foresight challenges and global technological disruption”, foresight, Vol. 20 Issue: 1, pp.27-49

 

Steven R. Watt Mitch Javidi Anthony H. Normore. “Increasing Darkness: Combining Toxic Leadership and Volatility, Uncertainty, Complexity, and Ambiguity (VUCA)” In The Dark Side of Leadership: Identifying and Overcoming Unethical Practice in Organizations. Published online: 08 Dec 2016; 195-206.

 

Anita Sarkar, (2016),“We live in a VUCA World: the importance of responsible leadership”, Development and Learning in Organizations: An International Journal, Vol. 30 Iss 3 pp. 9 – 12

Maria Paula Malta

É Consultora na MERITHU. Teve experiências prévias no setor privado (Sicredi e Dell Computadores do Brasil) e no setor público (UFRGS, Ministério Público do RS e Poder Judiciário do RS). É Engenheira de Produção formada pela UFRGS. Atualmente, cursa Especialização em Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, também pela UFRGS, e MBA em Tecnologia para Negócios pela PUCRS.

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